Abraço o teu rosto humedecido

Abraço o teu rosto humedecido
Pela humidade que nos abraça na noite perdida,
O frio invade-nos fazendo-te chegar..
Avanças para mim e deixas o teu coração avançar.
Acabo por sentir o teu amor e o teu calor.
Se é pela humidade ou pela verdade que se realiza
Não sei!
Mas acontece.. mas aconteceu
E é agora que não quero parar,
È agora que o meu dia nasceu,
Que vejo o teu sol, o teu brilhar
E não quero ver desaparecer,
Não quero que acabe a humidade
Que o fez acontecer.

E é assim que num abraço apertado acontece um beijo escondido,
Com um profundo sentimento,
Sem que ninguém perceba
Demonstras tudo o que vai dentro,
Tudo o que pode existir
Ou que eu queria que existisse
E me transmitisses sempre..
E não numa noite fria e húmida:
Com o teu calor que me aconchegas sem pensar,
Que os teus braços me abrangem e me fazes beijar.

Beijo-te..

Como se fosse o principio de tudo,
O principio de uma vida,
Como se fosses um mapa e nunca mais me fosse sentir perdida.
Confio em ti neste instante,
E como sempre o meu pensamento corre a mil á hora
E começo a idealizar,
Começo a ver e rever,
Idealizo e começo a pensar,
Começo-me a deparar com o que está a acontecer,
E é aqui que paro!
E volto a desfrutar, de tudo,
Como se o mundo fosse acabar
E só hoje, agora e aqui,
Conseguisse aproveitar o último momento de toda a vida
O princípio e o último dia que não me sentisse perdida.

Paramos..

Olho-te profundamente,
Como que involuntariamente quisesse perceber o que se estava a passar,
Sabendo que queria..
Mas que deveria evitar!

Depois de toda a humidade se voltar a aproximar,
De um beijo aquecer,
O relógio começa a acelerar,
E numa pausa inconstante recomeço a pensar em tudo o que deveria evitar!

Mas acontece,
Aconteceu…

Nada foi propositado..
A culpada não sou eu!